
Os Estados Unidos reduziram tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios, medida considerada “positiva” pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele afirmou neste sábado (15) que o ajuste representa “um passo na direção correta”, mas ressaltou que a manutenção da sobretaxa de 40% aplicada exclusivamente ao Brasil ainda impõe forte desvantagem às exportações nacionais.
A retirada da tarifa global de 10%, anunciada na sexta-feira (14) pelo governo norte-americano, beneficiou países latino-americanos, mas não eliminou o adicional imposto ao Brasil em julho. Com isso, itens como café, carne bovina, frutas e castanhas passaram de 50% para 40%, enquanto o suco de laranja teve alíquota zerada.
Alckmin destacou que a medida é resultado de avanços diplomáticos recentes, como a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, além de reuniões do chanceler Mauro Vieira com autoridades dos Estados Unidos. O vice-presidente também lembrou que o país continua deficitário na balança comercial com os EUA, reforçando que o Brasil “não é problema, é solução”.
Com a nova regra, subiu de 23% para 26% o volume das exportações brasileiras para o mercado norte-americano isentas de sobretaxas, total equivalente a cerca de US$ 10 bilhões. Contudo, setores como café e carne bovina ainda enfrentam perda de competitividade por causa da tarifa adicional de 40%.
O governo dos Estados Unidos justifica a redução tarifária como estratégia para controlar a inflação de alimentos. Trump classificou o ajuste como “um pequeno recuo” e disse não prever novas reduções no curto prazo.
Alckmin também citou avanços anteriores, como a retirada da sobretaxa sobre ferro-níquel e celulose, além de reduções aplicadas à madeira e móveis.